A atual sociedade exige demandas crescentes cujas mobilização das competências e habilidades possam ser empregadas em diferentes linguagens, sejam elas verbais e não-verbais. Nesse sentido, a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) se refere a construção de processos educativos que alinhem as necessidades, interesses e desafios da sociedade (BRASIL, 2018).
Tomando como ponto de partida a importância de aprimorarmos os processos de alfabetização, os caminhos metodológicos sinalizam para a colocação dos estudantes como atores sociais de suas próprias experiências através do debate, processos investigativos, construção de argumentos sistematizados em produção e disseminação de conhecimentos.
Ainda na seara metodológica da ação docente, a interdisciplinaridade é o primeiro passo para a promoção da transdisciplinaridade, uma vez que é a primeira ação oposta a fragmentação disciplinar que permeia os currículos escolares. Pensar na transdisciplinaridade requer entendê-la como sendo necessário conhecer o interior de cada disciplina na qual o professor é especialista e alocá-la num processo de complementaridade com as demais disciplinas através das suas dimensões epistemológicas, ou seja, o foco não é o número variado de disciplinas para o ensino de determinado conteúdo, mas a valorização dos diferentes conhecimentos individuais e ao mesmo tempo coletivos que transitam entre as diferentes disciplinas e áreas do conhecimento.
Para exemplificar esse diálogo tomemos como exemplo uma aula de matemática para a etapa do 5º Ano do Ensino Fundamental, Anos Iniciais sobre estudo das grandezas e medidas, cuja habilidade seja: “Reconhecer volume como grandeza associada a sólidos geométricos e medir volumes por meio de empilhamento de cubos, utilizando, preferencialmente, objetos concretos” (Habilidade EF05MA21, BRASIL, 2018, p. 297). Para utilizar um objeto concreto, o professor verifica que tem em sua casa uma embalagem de um determinado produto e então leva para a sala de aula. Ampliando as dimensões dessa aula de matemática, é possível trabalhar como objeto de conhecimento de Ciências, a reciclagem, na qual a discussão possa estar em torno do ciclo produtivo da embalagem até o seu descarte correto.
Então despertar os estudantes para uma problemática recorrente na escola sobre o desperdício de folhas de caderno pode levá-los e desenvolver a habilidade: “Construir propostas coletivas para um consumo mais consciente e criar soluções tecnológicas para o descarte adequado e a reutilização ou reciclagem de materiais consumidos na escola e/ou na vida cotidiana” (Habilidade EF05CI05, BRASIL, 2018, p.341).
A aula de matemática agora é um campo fértil dos estudos sobre meio ambiente e esse tema não é específico de nenhuma disciplina, mas é transversal, exigindo o desenvolvimento do pensar, do diálogo entre os sujeitos aprendentes e o objeto a ser aprendido, que neste caso, não se esgota no volume do cubo, mas aplica-se diferentes conceitos transdisciplinares as unidades curriculares para então trabalharmos o letramento matemático da embalagem utilizada como objeto de estudo do cubo.
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_ EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 18 fev 2024.
Espero que tenham gostado da reflexão.
Até a próxima.
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Sábias palavras, Professora Elaine!! 👏🏼👏🏼👏🏼
Parabéns, prof° Elaine!
Excelentes palavras 👏🏼
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